Para quando a possibilidade (eu diria mais: a imposição, mas admito que possa ser, de certo modo, "suspeito", devido à minha profissão) de captação de imagens nos túneis de acesso entre os balneários e o relvado dos estádios da Liga Portuguesa?
Voltou a acontecer confusão no final de um jogo do campeonato. No caso, no túnel do Estádio do Bessa, após o Boavista 0 - Benfica 0. Digo eu "Voltou a acontecer" (como um dado adquirido) porque acredito no relato do jornalista que viu e relatou a situação em directo, sem ter a possibilidade de dirigir a câmara com que trabalhava para documentar o que se estava a passar.
É absurda a proibição de captação de imagem nesse espaço, onde tanta vez sucedem desacatos. Se, por exemplo, há possibilidade de um jogador ser admoestado ou mesmo expulso após o apito final e se o relatório dos árbitros pode versar sobre o que se passa nos túneis, a imagem (televisiva ou fotografia) pode ser uma forte ajuda para a prova de um eventual facto envolvendo árbitros, jogadores, dirigentes, forças de segurança e até jornalistas.
A verdade é que por vezes (não raras vezes, infelizmente) a Liga "finge" que nada se passa nos túneis dos estádios, impedindo que lá entrem repórteres de imagem ou que, no mínimo dos mínimos, a câmara das flash interviews dos canais que transmitem os jogos possam mostrar aquilo que sucede ali mesmo ao lado. É absolutamente inaceitável. É um proteccionismo disparatado (a quem é - ou deveria ser - um exemplo dentro e fora de campo) que só favorece a constante repetição destes episódios.
Do ponto de vista jornalístico, o que se passa nestas situações é do interesse público, porque ainda faz parte do evento que é um jogo de futebol. Basta dizer que, após o apito final, as equipas de reportagem ainda permanecem até às conferências de imprensa e, por vezes, até para lá disso, caso algo suceda fora dos recintos desportivos. Logo, a passagem das equipas para o relvado ou para os balneários antes, durante e depois do jogo fazem igualmente parte do evento; tanto quanto o próprio jogo e as declarações dos intervenientes.
E, para finalizar, como em tudo, a presença das câmaras, das duas uma, ou serve de elemento dissuasor ou de prova contra quem prevarica. Na minha opinião, já era hora de se fazer algo nesse sentido.
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