Na parte final do texto "Portugal em Trânsito", que escrevi há umas semanas, referi que a jogar bem, de forma competente e madura, podia pensar-se em coisas boas. Depois disso, Portugal jogou (e perdeu) com a Suíça (!) e com a Alemanha, dizendo adeus ao Campeonato da Europa.
Não estou particularmente chateado. Desiludido, talvez, chateado... nem por isso. Ficaria chateado se, como em 2004, não conseguisse perceber como se perdeu. Desta vez, as razões podem parecer mais difusas mas na verdade não são. Ninguém (dos elementos da equipa) fala disso mas já toda a gente percebeu que o tal "trânsito" (no segundo sentido, mais exactamente) de que falei no referido texto acabou por pesar bem mais (em toda a comitiva da selecção nacional) do que o desejo imediato de representar Portugal neste Euro2008.
Não quero levantar polémica com isto. Não tenho pachorra para esses filmes. Bastam-me os (incontáveis) filmes que se fazem todos os anos no defeso entre temporadas. No caso, o problema é que os Europeus e os Mundiais se jogam... no defeso. Se calhar, a Portugal (país / povo) dava jeito que assim não fosse... mas pronto. É.
Portugal acabou por perder, surpreendentemente, com a Suíça por 2-0. Não estranhei a derrota (que, segundo os próprios, até deu muito jeito aos emigrantes portugueses por lá, para não serem maltratados pelos patrões nos tempos seguintes) mas sim a apatia dos que deveriam (já que se dizem "em trânsito") mostrar serviço às hipotéticas futuras entidades patronais. Jogou-se mal, perdeu-se, siga a marinha.
Frente à Alemanha, então, Portugal (já com a "1ª equipa" de novo de início) fez o contrário de «jogar bem, de forma competente e madura». Jogou pouco (contra o muito que fizeram os germânicos), foi incompetente (defensivamente, acima de tudo, fez um jogo fraquinho, fraquinho) e caiu num erro de imaturidade infatil, ao pensar que a Alemanha era só aquilo que tinha mostrado na fase de grupos. Uma Alemanha será sempre uma Alemanha candidata ao título [e acaba de carimbar passaporte para a final de Viena, vencendo à Turquia também por 3-2]; como tal, jogou bem, venceu (bem) a Portugal e Portugal perdeu (bem),... siga a marinha.
Resta-me(nos) esperar que Madaíl (o tal que ainda não se percebeu porque é que se mantém à frente da FPF se já vai dizendo que não cumpre mandato até ao fim - cheira-me que ainda "muda de ideias" outra vez, como sempre fez) lá escolha um seleccionador que, pelo menos até ao meio do Campeonato do Mundo não tente dar um murro num jogador adversário (isso obrigaria o presidente da Federação a ponderar despedir o treinador - mas não o fazer) ou decida anunciar a saída para um emprego mais bem pago. Recordo que nada disto poderá acontecer, exactamente, até meio do Mundial 2010, a partir desse momento, parece-me que já pode acontecer tudo e o facto de que possa suceder algo surpereendente não deverá apanhar ninguém desprevenido. O precedente (depois de outros, como Saltillo no México86 e Macau, antes do Mundial2002) foi aberto agora. Só é apanhado de surpresa quem quiser.
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